Qual a diferença entre as unhas russas e as unhas brasileiras?
O mercado de manicure no Brasil possui uma visão estética e valores culturais próprios. No entanto, assim como os demais países da América Latina, recebemos forte influencia dos norte americanos. Um exemplo são as técnicas de alongamento artificial de unhas, que foram importadas dos Estados Unidos e hoje fazem parte da rotina de muitas mulheres brasileiras.
Contudo, a falta de capacitação das nossas manicures, juntamente com a ganância dos fabricantes de produtos para alongamento, criaram no Brasil uma distorção em relação ao uso das extensões artificiais. Enquanto nos Estados Unidos as extensões são usadas por um público específico, como pessoas ligadas ao mundo da artes como moda, eventos e televisão, no Brasil o alongamento passou a ser a opção principal das mulheres comuns que simplesmente buscam unhas mais resistentes e duráveis.
Nesse cenário, em que as chamadas Nail Designers precisam justificar a substituição das unhas naturais por extensões artificiais, criou-se o discurso de que os alongamentos também podem ter uma aparência natural. Mas, na prática, os alongamentos artificiais não são capazes de substituir as unhas naturais em relação à sua função e, muito menos, em relação à sua aparência. Surgiu assim um estilo estético baseado na imitação, no qual as profissionais removem as unhas naturais de suas clientes, prometendo substituí-las por unhas artificiais com a mesma aparência das unhas verdadeiras. Mas a promessa não se cumpre pois, na realidade, qualquer um é capaz de perceber a diferença entre unhas reais e unhas artificiais.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, as russas sempre tiveram como premissa cuidar das unhas naturais de suas clientes, o que significa preservá-las, embelezá-las e torná-las resistentes e duráveis. Diferentemente do que acontece no Brasil, para as russas as unhas não precisam "parecer naturais", elas precisam "ser naturais". E como resultado do cuidado e embelezamento, elas se transformam em verdadeiras joias.